O termo depressão é utilizado com frequência para se referir a qualquer um dos vários transtornos depressivos.
Alguns estão classificados no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5) por sintomas específicos:
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Transtorno depressivo maior (muitas vezes chamado depressão maior)
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Transtorno depressivo persistente (distimia)
Outros são classificados pela etiologia:
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Transtorno depressivo decorrente de outra condição médica
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Transtorno depressivo induzido por substância/medicação
Os transtornos depressivos ocorrem em qualquer idade, mas normalmente se desenvolvem em meados da adolescência, terceira ou quarta década de vida.
A causa exata dos transtornos depressivos é desconhecida, mas fatores genéticos e ambientais contribuem.
A hereditariedade explica cerca de metade da etiologia (menos na depressão de início tardio). Dessa forma, a depressão é mais comum entre parentes de 1º grau de pacientes deprimidos, e a concordância entre gêmeos idênticos é alta. Além disso, os fatores genéticos provavelmente influenciam o desenvolvimento de respostas depressivas a eventos adversos.
Outras teorias se concentram nas alterações dos níveis dos neurotransmissores, como desregulação dos neurotransmissores colinérgicos, catecolaminérgicos (noradrenérgicos e dopaminérgicos) glutamatérgicos e serotoninérgicos (5-hidroxitriptamina) (1). A desregulação neuroendócrina pode ser um fator, com ênfase particular em 3 eixos: hipotálamo-hipófise-suprarrenal, hipotálamo-hipófise-tireoide e hipotálamo-hipófise-hormônio do crescimento.
Fatores psicossociais também parecem estar envolvidos. Estressores vitais importantes, em especial separações e perdas, comumente precedem episódios de depressão maior; entretanto, tais eventos não causam, geralmente, depressão grave e duradoura, exceto em pessoas predispostas a um transtorno do humor.
Pessoas que tiveram um episódio de depressão maior têm risco maior de episódios subsequentes. Pessoas que são menos resilientes e/ou que têm tendências ansiosas podem ter mais chance de desenvolver transtorno depressivo. Muitas vezes, tais pessoas não desenvolveram as habilidades sociais para se ajustar às pressões da vida. A presença de outros transtornos mentais aumenta os riscos de transtorno depressivo maior.
As mulheres têm risco maior, mas nenhuma teoria explica o motivo. Possíveis fatores incluem:
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Maior exposição ou resposta aumentada a estresses cotidianos
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Níveis mais elevados de monoamino-oxidase (a enzima que degrada neurotransmissores considerados importantes para o humor)
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Taxas mais altas de disfunção tireoidiana
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Alterações endócrinas que ocorrem com a menstruação e na menopausa
Na depressão de início no peri-parto, os sintomas se desenvolvem durante a gestação ou em 4 semanas após o parto (depressão pós parto); alterações endócrinas foram implicadas, mas a causa específica é desconhecida.
Nos transtornos afetivos sazonais, os sintomas se desenvolvem em um padrão sazonal, normalmente durante outono ou inverno; o transtorno tende a ocorrer em climas com invernos longos ou intensos.
Sintomas ou transtornos depressivos podem acompanhar vários distúrbios físicos, incluindo doenças da tireoide doenças da glândula adrenal, tumores cerebrais benignos e malignos, acidente vascular encefálico, aids, doença de Parkinson e esclerose múltipla
Certos fármacos, como corticoides, alguns betabloqueadores, interferona e reserpina, também podem resultar em transtornos depressivos. O abuso de algumas drogas recreativas (p. ex., álcool, anfetaminas) pode levar a ou acompanhar a depressão. Efeitos tóxicos ou abstinência de drogas podem causar sintomas depressivos transitórios.